Adepto
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Adepto

Sou do Benfica e isso me envaidece!
Sou do Benfica desde o ventre da minha Mãe e sou sócio desde que nasci. Quem me fez Sócio foi o meu Avô e o primeiro “Cartão de Identidade” (designação que era dada ao cartão de sócio do Benfica em 1973 e que deveria voltar) de Sócio do Benfica que tive foi assinado precisamente por Duarte Borges Coutinho, na qualidade de Presidente.
Esta é a origem de ter O BENFICA NO SANGUE, assim como tantos milhares de Sócios e até Adeptos.
A minha infância foi muito ligada ao Benfica, pois até aos meus sete anos, o convívio com o meu Avô era diário e na qualidade de primeiro neto, beneficiei do tempo que ele quis passar comigo a contar histórias e recordações, a mostrar lembranças e ofertas que ao longo da sua Direção no clube foi recebendo de jogadores, dirigentes e até adversários.
Mais do que tudo, marca-me a bola de futebol cor de laranja e de catchou (catechumbo como diziam todos os miúdos nascidos nos anos 70) que foi oferecida ao meu Avô em 1971, depois do Benfica conquistar a Taça de Portugal onde bateu o Sporting por 3-1, oferecida pelo Capitão do SLB, o Senhor António Simões, assinada por todos os jogadores do Benfica.
Depois do meu Avô falecer em 1980, a minha família conservou um camarote no Estádio, onde continuei a ir ver os jogos do Benfica, desta vez… com a minha Avó!
É que apesar de não ser tão comum como hoje as mulheres irem ao futebol, por influência do meu Avô, a minha Avó transformou-se numa Benfiquista feroz de assiduidade assinalável e de grande nervosismo a ver os jogos, em particular os jogos das competições europeias. Invariavelmente via os jogos ao seu lado enquanto rezava o Terço e chamava por Nossa Senhora de Fátima, cada vez que o adversário entrava no meio-campo do Benfica.
Foi acompanhando da minha Avó, e de vez em quando com outros familiares e amigos, que cresci a ver o Benfica. À data de hoje, constato que recebi ainda mais “banhos de Benfiquismo” da minha Avó, Mulher do Borges Coutinho, do que do meu Avô!
Na minha adolescência comecei a ir ao futebol com amigos, onde conheci todos os cantos ao Estádio, onde vivi e saboreei grandes jogos do Benfica, vistos do Terceiro Anel até ao relvado, quando na comemoração de algum título, se trepava as redes e invadia o relvado!
Nas deslocações “fora” recordo com muita emoção um dos maiores desgostos que tive na vida, quando em 1988, o Benfica equipado com calções e camisola vermelha, perdeu a Final da Taça dos Campeões Europeus para o PSV Eindhoven em Estugarda, quando no desempate por grandes penalidades, o Nosso Veloso não conseguiu concretizar. Ainda me lembro do que senti e de chorar como “uma Maria” ao ouvir tocar o “We are the Champions”…
Talvez por causa deste momento, até hoje sinta que sou ainda mais do Benfica depois duma custosa derrota do que quando vencemos. Quero muito que o Benfica ganhe, mas encontro o mais profundo do meu sentimento Benfiquista quando por alguma razão não conseguimos a vitória.
Dado que este texto tem que ter fim, partilho só mais um momento que me marcou. Época 1998/99, Benfica contra o Braga na Luz, Karel Poborsky recebe a bola junto à grande área do Benfica, evolui por todo o corredor fintando 5 ou 6 jogadores, até “partir os rins” a 2 jogadores do Braga e rematar à baliza rasteiro e colocado junto ao poste esquerdo. Ainda hoje enquanto escrevo, não consigo conter as lágrimas de emoção.
Clube do meu Coração! Amor da minha Vida! Tenho o Benfica no Sangue e nunca te faltarei!

Viva o Nosso Benfica!