Andries Jonker é o Diretor-Geral do futebol de Martim Mayer

Lisboa, 9 de Outubro - Martim Mayer, líder da candidatura “Benfica no Sangue”, apresentou esta quinta-feira, em Lisboa, Andries Jonker como Diretor-Geral de todo o futebol do SL Benfica caso seja eleito a 25 de Outubro para o quadriénio 2025-2029. A cerimónia contou com a presença de Louis Van Gaal, uma das maiores figuras do futebol mundial, que acompanhou o seu antigo adjunto no Barcelona e no Bayern de Munique, num gesto que sublinha o peso e a credibilidade desta escolha. Também António Simões, mandatário de Martim Mayer, se juntou a este leque de grandes nomes do futebol mundial.

Com mais de 35 anos de experiência ao mais alto nível, Andries Jonker é reconhecido internacionalmente como um dos grandes estrategas e gestores do futebol europeu com ampla competência no desenvolvimento do futebol jovem. Destaque para as suas passagens na área de formação na Federação da Holanda e como Diretor da Academia do Arsenal, no futebol profissional foi adjunto de Van Gaal no Barcelona e Bayern de Munique, onde chegou a ser treinador principal interino, além de ser treinador principal do Wolfsburgo, até ao futebol feminino, tendo sido recentemente o selecionador nacional dos Países Baixos.

“O programa que Martim me apresentou é claro, direto e escrito com o coração das pessoas que o fizeram. Disse para mim ‘quero fazer parte deste plano’. O Benfica tem de vencer todos os anos o Campeonato, a Taça e ter o maior sucesso possível a nível europeu. Na Europa temos de estar sempre entre os 8 e os 24 melhores. Os adeptos querem uma equipa que ganhe, entretenha e tenha uma identidade de jogo, um estilo que a defina. Se queremos ter sucesso a longo prazo, temos de educar e desenvolver os jovens.”, disse Andries Jonker na sua apresentação. Tendo ainda acrescentado: “temos de definir um plano para metade da equipa principal ser da formação e a outra metade contratada nos mercados nacionais e internacionais. Se trabalhei com o Van Gaal e Jupp Heynckes sei que posso trabalhar com José Mourinho e Mário Branco. José Mourinho sempre teve sucesso, temos que o apoiar a ser campeão nacional, a vencer a Taça e a ser o melhor possível na Europa, vamos também ajudar Mário Branco a fazer o melhor possível o seu trabalho. Não espero nenhum problema”,

Para Martim Mayer, “Andries Jonker vai ser uma peça importantíssima, honra-me muito que tenha aceite este convite. Precisamos de alguém que dê uma continuidade, que trate de tudo que está por baixo da equipa A, que venha para ficar, que me acompanhe ao longo desses quatro anos de uma forma estável, profissional e empenhada em mudar o futebol do Benfica. Fomos à procura da pessoa certa, pelo que foi preciso falar com muita gente. Trouxemos alguém que sabe comandar e que abra a equipa principal à equipa B e sub-23, que saiba o que é scouting, que olhe para a formação e que a veja à dimensão do Benfica, sem limites, porque o Benfica é gigante e não tem limites. Alguém profundamente comprometido com a formação e com uma sensibilidade extraordinária para o scouting. Jonker vai potenciar uma quantidade de valor na equipa principal. Ele, José Mourinho e Mário Branco, a trabalharem em conjunto, vão atingir o que todos queremos, que é muito sucesso.”

O reputado treinador neerlandês Louis Van Gaal deixou também o seu testemunho sobre o perfil de Andries Jonker. “Foi um excelente assistente nas minhas equipas técnicas, fez todas as funções em clubes. Ninguém consegue sequer imaginar quantas funções ele exerceu. Teve enormes responsabilidades no Bayern, no Barcelona, no Arsenal e na Federação Neerlandesa. Tenho a certeza de que Andries é a escolha certeira para um clube da dimensão do Benfica. Ele é um expert em formação, mas não só. Ele é também a pessoa indicada para tornar o Benfica novamente grande. Andries e Mourinho vão ouvir-se mutuamente para tomarem decisões. Foram ambos meus adjuntos e os dois foram muito bons”.

Andries Jonker assumirá a gestão de todo o futebol do clube, trabalhando com José Mourinho e Mário Branco na criação de uma identidade de jogo para o Benfica. O papel de Diretor-Geral irá ser responsável não só pela criação de uma identidade de jogo desde os sub-13 até à equipa profissional, assim como a gestão de toda a academia, scouting e futebol feminino. Uma nova visão 360º para o futebol do Benfica com um Diretor-Geral que trabalhará junto da Comissão Executiva da SAD na definição de todo o planeamento do futebol do SL Benfica, visando uma política de recrutamento mais eficaz e sustentável financeiramente, com definição de perfis posicionais, mapas de sucessão e aceleração de talento do Benfica Campus, tendo como objetivo assegurar a presença regular de 4 a 6 elementos da formação no onze-base da equipa de futebol profissional masculino.

Carreia reconhecida a nível internacional
Foi diretor da formação da Federação Holandesa (KNVB) entre 1990 e 1997, período em que participou na reforma estrutural que revolucionou o desenvolvimento de talento nos Países Baixos e contribuiu para o aparecimento de uma geração de ouro, com nomes como Clarence Seedorf, Patrick Kluivert, Edgar Davids e Phillip Cocu.

Em 2000, após uma passagem pelo Volendam, regressa à federação onde se cruza com Van Gaal, que não hesita em contar com a sua capacidade de liderança, rigor tático e profundo conhecimento no Barcelona e no Bayern de Munique onde se cruzou com jogadores como Luis Enrique, Xavi, Iniesta, Kroos, Schweinsteiger e Thomas Müller, entre muitos outros. 

Assumiu interinamente o comando do Bayern de Munique em 2010/2011, após a saída de Van Gaal a cinco jornadas do fim da Bundesliga, conseguindo fazer os bávaros saltar de 5º para 3º, assegurando o apuramento para a UEFA Champions League. Van Gaal chegou a recomendá-lo como o homem ideal para lhe suceder como treinador principal dos bávaros, em declarações ao Bild em Setembro de 2010: “Se eu renovar, continuaremos juntos. Se eu não renovar, o meu adjunto Andries Jonker poderá continuar o projeto iniciado no Bayern Munique. Foi o que aconteceu na seleção da Alemanha, quando Joachim Löw sucedeu Jürgen Klinsmann”.

Em 2014, Andries Jonker foi nomeado diretor da Academia do Arsenal - tendo coincidido com Arsène Wenger, que deu a palavra final sobre a sua contratação – assumindo a responsabilidade de modernizar um dos sistemas de formação mais respeitados da Europa, promovendo uma nova geração de talentos e um modelo de integração entre futebol jovem e a equipa principal. E o lendário técnico francês dos gunners não lhe poupou elogios: “Tínhamos muitos bons candidatos, mas ele era o único que podia trazer uma dimensão internacional para a academia, porque queremos dar grande ênfase ao desenvolvimento dos jovens - área em que já somos fortes. Jonker tem a experiência certa para liderar a nossa Academia. Trabalhou na Holanda, Alemanha e Espanha, por isso pode ajudar-nos a sermos ainda melhores”.

E mesmo na hora da saída do clube da capital inglesa, os elogios continuaram, desta feita do então CEO do Arsenal, Ivan Gazidis: “Sob a liderança de Andries, fizemos um enorme progresso nas operações da nossa academia.”

Jonker foi ainda treinador principal do Wolfsburgo, onde lançou ao mais alto nível Victor Osimhen, e, mais recentemente, selecionador nacional da equipa feminina dos Países Baixos, cargo no qual levou a seleção às Fases Finais do Mundial de 2023 e do Euro 2025, consolidando a sua imagem de líder moderno, exigente e inspirador, com uma visão transversal do futebol masculino e feminino.